Gremio empata e Cruzeiro, Fluminense e Interncaional perdem feio
Cruzeiro decepciona, perde do Onze Caldas em casa e está fora da Libertadores
Depois de obter a melhor campanha na fase de grupos e ser considerado um dos postulantes ao título pelo futebol convincente, o Cruzeiro, que era o único invicto até então, perdeu na hora que não podia e, na noite desta quarta-feira (4), deu adeus ao sonho de conquistar a Libertadores pela terceira vez. Atuando diante da torcida, o time celeste foi derrotado pelo Once Caldas por 2 a 0, na Arena do Jacaré, e acabou eliminado nas oitavas de final da competição continental.
No jogo de ida, em Manizales, o Cruzeiro venceu por 2 a 1 e conquistou a vantagem de poder perder até por 1 a 0 em Sete Lagoas. Porém, numa atuação desastrosa na Arena do Jacaré, onde ostenta aproveitamento invejável, o time mineiro foi derrotado pelo Once Caldas com dois gols na etapa final, marcados por Pajoy e Moreno, aos 21min e 26min.
A situação do Cruzeiro começou a se complicar ainda no primeiro tempo quando o meia Roger, que contou com a torcida especial da esposa, a atriz Deborah Secco, foi expulso aos 30min. Na etapa final, o Once Caldas também perdeu um jogador: Carbonero levou cartão vermelho aos 10min. Porém, os colombianos surpreenderam e cresceram na partida.
O Cruzeiro fazia campanha impecável na Libertadores. Na primeira fase, em seis jogos, o time comandado por Cuca obteve cinco vitórias e empatou uma vez. Somou 16 pontos em 18 disputados e termino na liderança do grupo 7. Além disso, garantiu o primeiro lugar geral na competição e conquistou o direito de enfrentar o pior colocado: o Once Caldas.
Foi a segunda derrota do Cruzeiro na Arena do Jacaré, onde tinha aproveitamento de quase 90%. Antes da derrota para o Once Caldas, a equipe mineira havia conquistado 17 vitórias e empatado duas vezes no estádio de Sete Lagoas. Na fase de grupo da Libertadores, foram três goleadas, contra Estudiantes (5 a 0), Guaraní-PAR (4 a ) e Deportes Tolima (6 a 1).
Surpreendido pelos colombianos, o Cruzeiro terá agora de se recuperar da eliminação na Libertadores para decidir o título do Campeonato Mineiro. No próximo domingo, o time celeste entra em campo, contra o arquirrival Atlético-MG, para o primeiro jogo da decisão estadual, na Arena do Jacaré.
O Once Caldas enfrentará o Santos, que eliminou o América-MEX, nas quartas de final da Libertdores.
O jogo
Com atuação apagada no primeiro tempo, o Cruzeiro deixou a torcida preocupada. Além de não conseguir repetir às boas atuações, o time mineiro perdeu Roger, expulso, e ainda viu o Once Caldas ameaçar o gol defendido por Fábio.
O time mineiro errou muito passes e abriu espaço para a equipe colombiana chegar com perigo nos contra-ataques, principalmente com Rentería. Aos 30min, o Cruzeiro ficou com um jogador a menos em campo. Roger, que havia recebido o cartão amarelo anteriormente, fez falta por trás em Mirabaje e levou o segundo.
A expulsou do meia cruzeirense motivou ainda mais o Once Caldas, que passou a chegar com mais perigo ao gol de Fábio. Aos 34min, Rentería, em jogada individual, chutou da entrada da área e acertou o travessão. Em seguida, aos 41min, Moreno recebeu na área e bateu cruzada, mas errou o alvo.
Cuca fez uma mudança ainda no primeiro tempo. O treinador promoveu a entrada do volante Everton, que assumiu a lateral esquerda, e liberou Gilberto para compor o meio-campo. Aos 44min, Ortigoza recebeu de Gilberto e chutou à direita do gol colombiano.
O Cruzeiro retornou para o segundo tempo mais organizado em campo e sem dar espaço para o Once Caldas. Aos 10min, o time colombiano passou também a jogar com dez jogadores. Carbonero acabou expulso depois de disputar bola, no alto, com Henrique, que sofreu um corte na cabeça.
Quando parecia que o Cruzeiro havia controlado a partida, o Once Caldas cresceu depois da saída de Carbonero. Aos 20min, Pajoy fez grande jogada individual, passou por dois marcadores e desperdiçou a chance de fazer um golaço na Arena do Jacaré, ao finalizar sobre o travessão.
Em seguida, o time colombiano chegou ao ataque, mas Fábio defendeu para escanteio. Na cobrança aérea, Amaya escorou de cabeça e abriu o placar aos 21min. Mais confiante, o Once Caldas foi para cima do Cruzeiro e chegou ao segundo gol.
Depois de um ataque rápido, ocorreu uma bate-rebate na área do Cruzeiro. A bola sobrou para Moreno na entrada da área. O atacante chutou forte e rasteiro no canto esquerdo de Fábio, que apenas observou a bola.
Despedida melancólica do Grêmio na Libertadores, sem nenhuma vitória
O Grêmio entrou em campo, nesta quarta-feira, precisando de algo muito difícil. Por ter perdido em Porto Alegre pelo placar de 2 a 1, era necessário vencer o Universidad Católica por dois gols de diferença ou um, desde que marcasse três no Chile, para seguir na Libertadores. Mas não chegou nem perto de acontecer. O time tricolor foi apático, burocrático e não pareceu em nenhum momento perto de conseguir reverter a vantagem do oponente. Depois do placar ficar em branco durante muito tempo, o gol de Mirosevic definiu o 1 a 0 e o fim da Libertadores para o Grêmio de forma melancólica. O Grêmio encerra sua participação na competição continental sem nenhuma vitória como visitante.
O resultado classifica o Universidad Católica para a próxima fase. O adversário será o Peñarol, que venceu o Internacional no Beira-Rio por 2 a 1. O Gre-Nal que poderia acontecer na Libertadores não chegou nem perto de se tornar realidade, pois ambos times do Rio Grande do Sul foram eliminados. O jogo se resumiu ao Grêmio com a bola, mas sem nunca parecer realmente perto de eliminar o oponente. Ao fim, uma derrota impiedosa, mas justa.
O Grêmio levou somente 17 jogadores para Santiago. Com oito desfalques entre lesionados, suspensos e dispensados, as dificuldades se acumularam durante a semana. Não bastasse isso, os dois últimos resultados foram negativos - derrota para o próprio Universidad Católica e empate com revés nos pênaltis diante do Inter.
Renato Gaúcho surpreendeu na escalação. Não pelo fato de escalar três volantes, mas por deixar Leandro no banco pela segunda vez consecutiva. Lins foi o escolhido desta vez para formar dupla de ataque com Junior Viçosa, e o jovem de 17 anos ficou fora, a exemplo do que houve no Gre-Nal de domingo passado.
Precisando do resultado, o Grêmio comandou as ações ofensivas do jogo. No entanto, a pressão não foi transformada em oportunidades de gol. Desde o primeiro minuto com mais posse de bola, as chegadas do Grêmio se resumiram a cruzamentos de Douglas, irritando Renato Gaúcho. Fernando, Vilson e Adílson, três volantes, deram total liberdade ao camisa 10, que foi duramente marcado.
O Universidad Católica conseguiu atingir seu objetivo. Fez o tempo passar, usou a vantagem e não levou sustos. Até o fim do primeiro tempo, poucas foram as vezes que os chilenos viram o Grêmio criar algo mais efetivo. Saindo somente no contra-ataque, mesmo jogando em casa, o Católica usou o regulamento, pois havia vencido o jogo de ida, em Porto Alegre, por 2 a 1.
Segundo tempo igual
A pouca produtividade do Grêmio na primeira etapa não fez Renato Gaúcho alterar a equipe no intervalo. O mesmo time apresentou os mesmos problemas. A falta de criação fez os brasileiros chutarem pouco em gol e não criarem nenhuma oportunidade até 17 minutos, quando Júnior Viçosa deu um voleio e Valenzuela salvou de cima da linha.
Renato Gaúcho, que em outros momentos alterou o time ainda no primeiro tempo, segurou o máximo que pôde um sistema que claramente não apresentava a força necessária para fazer o que precisava. Com muitos marcadores em campo e sem a saída de qualidade de Gabriel pela direita, o time padeceu passivo até os 18 minutos, quando Leandro entrou no lugar de Rafael Marques.
O time tricolor não mostrou argumentos para fazer o que era esperado, e a cada minuto a tensão aumentava. O treinador gremista, irritado, viu seu time ser contido na etapa complementar. Douglas, principal esperança de criação, seguiu como no primeiro tempo: marcado. Nem as entradas de Escudero e Vinícius Pacheco resolveram os problemas. O quadro de desespero ganhou maior forma aos 41 minutos, quando Mirosevic apanhou cruzamento da esquerda e cabeceou para a rede: 1 a 0 Universidad Católica. O melancólico fim de Libertadores para o Grêmio evidenciou as carências do elenco e gera clima negativo para Renato Gaúcho.
Fluminense perde por 3 x 0 para Libertad no Paraguai e é eliminado da Libertadores
A vantagem era boa e o Fluminense podia perder até por um gol de diferença. Mas com um futebol muito defensivo e jogando mal, o Tricolor foi superado pelo Libertad-PAR por 3 a 0, na noite desta quarta-feira, no Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, e caiu nas oitavas de final da Copa Libertadores da América. Rojas, com falha de Ricardo Berna, Samudio e Nuñez, já nos cinco minutos finais de partida, fizeram os gols da equipe paraguaia.
Com a eliminação, o Fluminense, que tinha a Libertadores como principal objetivo, encerrou o primeiro semestre sem nenhum título e agora tem apenas o Campeonato Brasileiro. O Tricolor estreia no dia 22 de maio, contra o São Paulo, no Rio de Janeiro.
Nas quartas de final da competição, o Libertad vai enfrentar o Vélez Sarsfield, da Argentina, ou LDU, do Equador, que se enfrentam nesta quinta-feira, em Quito. No jogo de ida, em Buenos Aires, os donos da casa venceram por 3 a 0 e encaminharam sua classificação.
O jogo
Talvez se valendo da vantagem conseguida no Engenhão, o Fluminense começou a partida recuado, sofrendo pressão do Libertad. O primeiro problema tricolor veio aos 18 minutos, quando Valencia, lesionado, saiu para a entrada de Diogo.
A partir daí, Ricardo Berna começou a se destacar. O goleiro do Fluminense fez três defesas importantes, sendo duas delas em conclusões perigosas dos paraguaios, aos 19 e 21 minutos.
O Libertad mandava na partida. O Fluminense não conseguia trocar passes, encontrava enormes dificuldades para chegar aos campo de defesa dos paraguaios e ainda sofria com as bolas cruzadas para dentro da sua área.
A partir dos 30 minutos, o Libertad diminuiu o ritmo de jogo, mas ainda assim era melhor. Porém, aos 43, quase o Fluminense foi para o intervalo em vantagem na cabeçada de Digo que bateu no travessão.
O Fluminense voltou para o segundo tempo valorizando mais a posse de bola, mas sem objetividade para incomodar o gol do Libertad. Com isso, os paraguaios retomaram o domínio do jogo.
Aos nove, Gamarra chutou na frente de Ricardo Berna, mas o goleiro salvou. Porém, três minutos depois, o camisa 12 falhou no chute de Rojas e o Libertad abriu o placar em Assunção.
Sofrendo outro gol o Fluminense estaria eliminado da Copa Libertadores da América. Empolgados, os paraguaios foram com tudo em busca da classificação e abriram espaço para os contra-ataques. Num deles, Fred, aos 27 minutos, desperdiçou ótima chance para empatar.
Aos 28 minutos, Enderson Moreira tirou Rafael Moura e colocou Araújo para dar essa velocidade nos contra-ataques. Porém, muito recuado, o Fluminense seguiu pressionado pelo Libertad. A insistência surtiu efeito e Samudio, aos 40, fez o segundo gol e decretou a eliminação do Tricolor. Já batido, os brasileiros ainda levaram o terceiro com Nuñez aos 45.
Internacional, de Falcão, perde de virada em casa para o Peñarol e está fora da Libertadores
O atual campeão da América está fora. Mesmo jogando em casa, com vantagem, o Internacional não conseguiu segurar a força do Peñarol. Os uruguaios viraram em cinco minutos e avançam para as quartas de final. Oscar abriu o placar no começo da partida, dando esperanças. Mas Martinuccio e Olivera anotaram no principio da etapa final: 2 a 1. O colorado nunca foi dono do jogo e permitiu ao time visitante reverter o quadro, após o empate de 1 a 1 em Montevidéu. A primeira derrota de Paulo Roberto Falcão desde que assumiu o colorado veio justamente quando não poderia ocorrer.
Falcão venceu seus três primeiros desafios como técnico no Inter: contra Santa Cruz, Emelec e Juventude. Depois, empatou com o próprio Peñarol, no Uruguai, e com o Grêmio, na final do returno do Campeonato Gaúcho. A vitória contra o rival veio nos pênaltis.
Campeão em 2010, o Internacional também perde a invencibilidade de 20 jogos no Beira-Rio na Libertadores. A última derrota tinha acontecido em 1993. O Peñarol, agora, espera o vencedor do confronto entre Universidad Católica e Grêmio. Os chilenos venceram em Porto Alegre, 2 a 1.
O Internacional seguiu à risca o pedido de Falcão. Começou o jogo esquecendo da vantagem oriunda da partida em Montevidéu e foi para cima. Com um minuto, Oscar abriu o placar depois de combinação com Leandro Damião. Mas o gol não aplacou a vontade do Peñarol. Na base da força, os uruguaios foram insistindo. A bola parada e aérea era o caminho para tentar vencer o goleiro Renan.
A defesa vermelha, em alguns momentos, cometeu erros. Deu espaços para Martinuccio e Oliveira. A dupla, porém, não conseguia acabar as jogadas com qualidade. O lance mais perigoso dos visitantes veio de cabeça, com Freitas. Após escanteio da esquerda o meia desviou e quase acertou o ângulo esquerdo de Renan.
Com Oscar mais recuado na maioria do tempo, o Internacional remontou o esquema 4-2-3-1, utilizado por Celso Roth à exaustão nos últimos meses. A troca de passes, no entanto, fluía. Leandro Damião foi ofuscado pelas tentativas de Andrezinho. Mas o camisa 17 não acertou nenhum a conclusão.
Kleber teve a chance de ampliar, quase no finalzinho do primeiro tempo, depois de bom lançamento de Bolatti. O chute forte foi para fora. Ao todo, o Peñarol acumulou seis escanteios e em todos eles a defesa do Inter se complicou. O jogo, então, não estava definido.
A indefinição tomou forma de vez aos incríveis 15 segundos. O Peñarol arrancou com tudo e Martinuccio acertou um potente chute no ângulo esquerdo de Renan. O Inter sentiu o gol. Ficou atônito e levou outro golpe logo depois. Com cinco minutos, Aguiar cruzou do lado da área. Rodrigo perdeu no jogo aéreo e Olivera golpeou forte, marcando mais uma vez.
Antes dos 15 minutos, Paulo Roberto Falcão tirou Andrezinho e colocou Ricardo Goulart. Além dele, Tinga entrou na vaga de Oscar. O Inter foi para cima, mesmo apostando em figuras mais defensivas do que outras opções. E não melhorou. Freitas teve a chance de marcar o terceiro para os uruguaios, após erro de Renan. Mas perdeu o gol quase em cima da linha.
O nervosismo tomou conta do time, da torcida. E o Peñarol se aproveitou disso. Ganhou espaços e investiu no contra-ataque. Na frente, o Inter não melhorava. Com 27 minutos, Falcão tirou Nei e colocou Rafael Sóbis. O camisa 11 deu o primeiro chute dos donos da casa a gol na etapa final.
Com o passar dos minutos, o Internacional começou a arriscar com os volantes. Na base da pressão pela pressão, o colorado foi para cima. Mas não conseguia marcar. Nos últimos minutos, o goleiro Sosa se esticou e salvou. Rodrigo mandou de cabeça na trave. Mas nada foi tão forte para mudar a eliminação.
Fora da disputa, o Internacional volta suas atenção para o Campeonato Gaúcho. O time de Falcão recebe, no domingo, o Grêmio na primeira partida da grande final do Gauchão.
CORREIO DO POVO