Segundo corpo de vítima do voo 447 é resgatado nesta nova fase de buscas

RIO - Autoridades francesas resgataram, nesta nova fase de buscas, o segundo corpo de uma das vítima da tragédia com o voo 447 da Air France, informou a GloboNews. O Airbus da companhia francesa caiu no oceano Atlântico em junho de 2009, quando seguia do Rio para Paris, matando 228 pessoas. Pouco depois do acidente, os restos mortais de 51 passageiros foram encontrados.
O corpo encontrado nesta sexta-feira não estava amarrado ao assento, como o retirado na quinta. Também nesta manhã, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que uma vez localizados, os corpos das vítimas devem ser resgatados.
Ele ressaltou que o governo brasileiro está acompanhando os trabalhos de resgate de corpos e equipamentos. Jobim afirmou que a investigação das causas da tragédia cabe ao governo francês, mas que todos os países com vítimas envolvidas acompanham os trabalhos de perto.
Na quinta-feira, foi feito o resgate do primeiro corpo de uma das vítimas do voo 447 da Air France.
Segundo o perito criminal Mauro Ricart, a identificação das vítimas será feita por roupas, documentos ou, ainda, exame de DNA:
- O corpo pode estar conservado, mas não está íntegro. Intacto, só se estivesse numa câmara de gás criogênico. As partes macias e o rosto são mais afetados. As impressões digitais somem. A água, ainda mais a salgada, corrói. O reconhecimento pode ser feito pela roupa ou por relógio, anel, prótese, documentos no bolso da roupa. E é mais do que possível fazer exame de DNA.
Os corpos vão para a França e o processo será acompanhado por autoridades brasileiras. Em caso de necessidade, será feito o traslado de volta para o Brasil. A Associação de Vítimas, no entanto, critica essa operação.
- Os corpos deveriam ficar no Brasil. Essa viagem vai traumatizar ainda mais os corpos. Se meu filho for para a França, será sepultado lá mesmo. É meu desejo: minha família ficou dividida entre Brasil e França, a empresa é francesa e o monumento (às vítimas) foi feito lá - disse Nelson Faria Marinho, presidente da Associação de Familiares de Vítimas.
A Associação reclama, ainda, da demora da Justiça brasileira em emitir o atestado de morte presumida:
- A Air France, em quatro meses, recebeu sua indenização. As famílias até hoje estão brigando em tribunais para receber o pagamento. A maioria de nós sequer tem o documento de morte presumida. Dentro da associação, apenas um conseguiu. Sem a documentação, não se consegue nada: mexer na conta bancária, regularizar o INSS etc.
Uma comissão de mulheres formada dentro da associação quer levar as reclamações diretamente à presidente Dilma Rousseff.