É possível que poucas pessoas perceberam, observando do lado oposto aos campos do Rio Grande do Sul, no caso São Carlos, Oeste de Santa Catarina. Mas os privilegiados e atentos apreciaram por aproximadamente duas horas ou mais, um espetáculo de luzes, formas e cores, proporcionado por uma intensa tempestade de raios. O professor de Capoeira, Jackson Tomelin encerrava as atividades desta sexta-feira (25/03) no Centro Cultural Filhos de Aruanda, por volta das 21h30min quando observou o fenômeno e fez o vídeo ao lado. Imediatamente fui informado e desloquei-me para um local menos habitado da cidade, de onde a visibilidade era bastante favorável. Apesar da preocupação com a região atingida, acredito que Alpestre, Ametista do Sul, Rodeio Bonito, Nonoai (Norte do Rio Grande do Sul) e imediações, os efeitos eram fantásticos. Parecia um espetáculo de luzes montado com a mais avançada tecnologia. Mas eram assustadores também. Ora pareciam baterias anti-aéreas, balas traçantes, mísseis lançados de potentes caças. A claridade que produziam, nos permitia visualizar, apesar da longa distância, toda a cobertura verde e as coxilhas que se estendem na outra margem do Rio Uruguai. Ficamos na torcida de que o show proporcionado pela natureza não tenha causado danos aos nossos irmãos gaúchos.
Algumas explicações:
Tempestades como a registrada ontem, são caracterizadas por raios e trovões. São produzidas por uma ou mais nuvens cumulunimbus, também conhecidas como nuvens de tempestade. Uma típica nuvem de tempestades tem um diâmetro de 10 a 20 km. Cerca de 2000 tempestades estão sempre ocorrendo, o que significa que 16 milhões ocorrem anualmente em nosso planeta. A freqüência de tempestades em um dado local depende de vários fatores, entre eles a topografia, a latitude, a proximidade de massas de água e a continentalidade.
Efeitos
Os raios podem ser perigosos. Quando estão caindo por perto, podemos ser atingidos por eles. A chance de uma pessoa ser atingida por um raio é algo em torno de 1 para 1milhão. A maioria das mortes e ferimentos não acontece devido à incidência direta de um raio. Na verdade, são efeitos indiretos associados à proximidade do raio ou por efeitos secundários.
Danos
A corrente do raio pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através do aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. A extensão do dano depende da intensidade da corrente, das partes do corpo afetadas, das condições físicas da vítima e das condições específicas do incidente. Cerca de 20 a 30% das vítimas de raios morrem, a maioria delas por parada cardíaca e respiratória, e cerca de 70% dos sobreviventes sofrem devido às sérias seqüelas psicológicas e orgânicas, por um longo tempo.
As seqüelas mais comuns são diminuição ou perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e distúrbio do sono.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 100 pessoas morrem por ano atingidas pelos raios.
Perguntas freqüentes
1- Se eu estiver na rua o que devo fazer para não ser atingindo por um raio?
- Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios tais como:
* Pequenas construções não protegidas como celeiros, tendas ou barracos ou veículos sem
capota como tratores, motocicletas ou bicicletas;
* Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica;
*Evite estruturas altas tais como torres de linhas telefônicas e de energia elétrica;
Alguns lugares são extremamente perigosos durante uma tempestade.
Por isso:
*NÃO permaneça em áreas abertas como campos de futebol, quadras de tênis e
estacionamentos;
*NÃO fique no alto de morros ou no topo de prédios;
*NÃO se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
*NUNCA se abrigue debaixo de árvores isoladas.
2- E seu eu estiver dentro de casa? Existe algum risco?
*Não use telefone (o sem fio pode ser usado);
*Não fique próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas;
*Não toque em equipamentos elétricos que estejam ligados à rede elétrica.
Vídeo: Jackson Tomelin (câmera de celular)
Texto: José Clodover