terça-feira, 10 de maio de 2011

Excesso de pombos preocupa vizinhança de Joinville

Problema começou no ano passado, após moradora alimentar as aves

Mariana Pereira | 
 
Uma superpopulação de pombos está preocupando moradores da rua Max Miers, no bairro América. São quase 200 aves, que chegam em revoada e ficam sobre os telhados das casas. Além do barulho e da sujeira, a principal preocupação é com as doenças infecciosas e micoses que podem ser transmitidas pelos pombos.
— Já reclamei para a Vigilância Epidemiológica e para a Fundema, mas até agora ninguém fez nada e o número de pombos só aumenta —, reclama Edson Gomes de Almeida, de 84 anos.

— Não dá mais para usar a piscina e a empregada tem que ficar limpando a área externa a toda hora —, diz.

— Tenho medo que alguém ainda fique doente por causa destes bichos.

Segundo Edson, o problema começou porque a vizinha alimentava os pombos. Doris Knopp diz que atendeu a recomendação da Fundema, feita em junho do ano passado, para deixar de alimentar os animais.

— O vizinho está bravo comigo, mas não é minha culpa, não dou mais comida, mas os pombos não vão embora. Alguém tem que fazer alguma coisa para espantar eles daqui.

Na semana passada, fiscais da Fundema fizeram uma nova vistoria. Segundo a coordenadora do setor de fiscalização, Maria Salete Soares, “cabia à Fundema autuar a moradora caso ela continuasse a alimentar os animais”. Mas, como isso não foi comprovado, a Fundema diz que o caso cabe agora à Vigilância Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo o veterinário Nivaldo Garcia Filho, da Vigilância Ambiental, só a Fundema tem poder fiscalizador.

— Nós não podemos tomar providências como a aplicação de algum produto repelente, por exemplo. Trabalhamos apenas com orientações à população sobre o risco de doenças —, explica.

Segundo ele, o problema é que a cidade ainda não tem um centro de zoonoses, que seria o órgão responsável por trabalhar no controle destes animais.

Os pombos não são aves nativas da fauna brasileira. Eles foram trazidos pelos imigrantes europeus e como se reproduzem com facilidade, em algumas cidades já são considerados uma praga. Em Joinville, além dos moradores da rua Max Miers, outros pontos, como escolas perto da linha férrea também sofrem com o problema.

— Eles são atraídos pelos grãos que caem dos vagões dos trens e encontram abrigos, por exemplo, nos telhados das quadras —, relata.

O centro de zoonoses seria o local ideal para cuidar de problemas deste tipo. Ainda no papel, a obra não começou porque falta finalizar o projeto e montar o edital de licitação. A previsão é que em 60 dias seja conhecia a empresa responsável pelos trabalhos. A primeira parcela dos R$ 600 mil destinados à obra já foi liberada pelo Ministério da Saúde. O restante do valor será repassado conforme o andamento dos trabalhos.

Saiba maisAlém de doenças, os pombos são responsáveis por outros problemas, como o entupimento de calhas, apodrecimento de forros de madeira, danos a monumentos históricos, em antenas de TV e na pintura de carros por causa da acidez das fezes.
ClickRBS

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