quinta-feira, 9 de junho de 2011

Desgastado com greve de bombeiros, Cabral sai de cena

Desgastado pelo crescente apoio da população ao movimento dos bombeiros por reajuste salarial, o governador Sérgio Cabral decidiu sair de cena. Além de entregar a negociação com os grevistas ao novo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, Cabral tem evitado o assunto e hoje faltou a um encontro com empresários organizado pela Petrobrás, na sede da Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Depois de uma hora de espera, os convidados se irritaram com a informação de que o governador não estaria presente. A assessoria de imprensa alegou "problemas na agenda interna". Na agenda de Cabral de amanhã, está prevista uma viagem a São Paulo, para o lançamento da versão em português do Guia Verde Michelin Rio de Janeiro.
Na noite de segunda-feira, 6, em reunião com secretários e deputados estaduais, Cabral foi alertado por seu estrategista de comunicação Renato Pereira de que a reação do governador no fim de semana, quando determinou a prisão de 439 bombeiros que invadiram o quartel central do Corpo de Bombeiros e chamou os manifestantes de "vândalos", não seria bem recebida pela população e poderia causar danos à imagem do governo.
Políticos aliados do governador também detectaram que a população vê uma atitude intransigente do governo, embora reconheça a radicalização dos bombeiros. Alguns colaboradores chegaram a sugerir que Cabral suspendesse a prisão da grande maioria dos manifestantes e mantivesse presos apenas os líderes. O governador, no entanto, argumentou que não voltaria atrás na decisão e não cederia aos rebeldes. O governador disse que era "fácil" dar opinião. "Quero ver sentar na minha cadeira, com a responsabilidade que eu tenho", respondeu.

Yahoo Notícias

Um comentário:

  1. Por que o ato dos bombeiros cria um precedente perigoso

    Os bombeiros assim como qualquer categoria têm o direito de pedir melhoria salarial, ocorre que por servirem junto com a PM, sob regime militar, lhes é vetado o direto à greve. Nos últimos dias o que tenho visto no Rio é um circo. Uma categoria que vem sendo “doutrinada” por políticos faz meses, chega ao ponto de rasgar sua lei militar, invadir um quartel, ocupar e inutilizar viaturas.
    Ora, isso é inadmissível em um estado de direito. Imaginemos se médicos decidem fazer greve, invadir hospitais, furar pneu das ambulâncias e trancar as portas; E se um dia policiais em greve ocuparem os presídios e ameaçarem soltar os presos? Não obstante, teríamos ainda a possibilidade de Soldados do exército em greve, colocarem tanques para obstruir vias. Pergunto: Onde a sociedade vai parar? É esse o precedente que a sociedade deseja abrir com os bombeiros?
    Para que não corramos esse risco há uma legislação militar que rege as FFA, Bombeiros e a PM. Independente de qualquer pleito salarial, ela tem de ser respeitada. No momento em que a sociedade permitir que essa lei seja ignorada, estará pondo em risco sua própria ordem.

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