BC sobe juro a 12,25% e reitera plano de ajuste longo
Isabel Versiani e Raymond Colitt
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central elevou a taxa básica de juros em mais 0,25 ponto nesta quarta-feira, para 12,25 por cento ao ano, e indicou que o ciclo de aperto monetário que visa levar a inflação ao centro da meta em 2012 ainda não chegou ao fim.
A quarta elevação consecutiva da Selic veio em linha com o esperado pelas instituições financeiras e se dá em meio a sinais de desaquecimento da atividade e de uma desaceleração sazonal da inflação.
Em texto que acompanhou o anúncio da decisão unânime, o Comitê de Política Monetária reiterou mensagem sobre a necessidade de um ajuste monetário "por um período suficientemente prolongado".
Ao comentar que a alta dá seguimento ao processo de ajuste o comitê adicionou a expressão "gradual" para adjetivar o ajuste.
"Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o ambiente internacional, o comitê entende que a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012", afirmou o BC em nota, praticamente idêntica à divulgada na reunião anterior de abril.
Para Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, o texto "dá a entender que o BC realmente está perseguindo a meta, pelo menos em 2012, e que dá para esperar um novo aumento da Selic em julho."
Em nota, a consultoria Rosenberg Associados afirmou que a mensagem do BC "dá a entender que há mais altas por vir, ou seja, esta não foi a última elevação deste ciclo".
Pesquisa feita pela Reuters junto a 21 instituições de mercado mostrou que todas esperavam um aumento de 0,25 ponto da Selic nesta quarta-feira. Com a nova alta, o BC já elevou a taxa básica em 1,5 ponto este ano, com dois aumentos iniciais de 0,5 ponto e outros dois de 0,25 ponto.
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