Bolsa cai 1,75% ao 2º menor nível do ano
Os lucros robustos apresentados pelas empresas brasileiras não animaram o apetite por risco do investidor. E a Bovespa bateu o segundo ponto mais baixo neste ano, em meio a incertezas sobre a economia doméstica.
Mais uma vez, predominou a divergência de visões entre o mercado - que teme o trajetória da inflação e pede um ajuste mais duro dos juros- e o governo, que enxerga o ritmo de alta dos preços sob controle e enfatiza um ajuste mais moderado dos juros, casado com mais "medidas macroprudenciais". "Posso garantir que a inflação permanecerá dentro dos parâmetros. Pode bater no teto da meta, mas acredito que não", disse ontem o ministro Guido Mantega (Fazenda), apontando que o corte dos gastos públicos vai permitir um aumento menor dos juros para combater a inflação. Sob expectativa da publicação do IPCA na sexta-feira, o mercado não está tão tranquilo, e teme o que o governo pode fazer.
"Esse tipo de incerteza é pior do que notícia ruim", ressalta Luiz Gustavo Medina, economista da M2 Investimentos.
Esse especialista nota que essas dúvidas têm prejudicado inclusive os papéis de setor bancário, que tem entregue lucros históricos balanços após balanço.
"Ninguém sabe o que o Mantega pode fazer [no caso do crédito]. Todo vez que ele fala que não será necessário subir tanto os juros, desperta esse tipo de temor", acrescenta. O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 1,75% no fechamento, aos 64.318 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, ficou praticamente estável. O índice mais abrangente S&P500 caiu 0,33%.
A cotação da moeda americana teve a sua mais forte alta num só dia desde o início de janeiro, num mercado premido tanto pela maior aversão ao risco, quanto pelo estreitamento do volume de negócios visto nas últimas semanas. O Banco Central comprou dólares por duas vezes - a primeira, em seu horário habitual (por volta das 12h, hora de Brasília) e a segunda, num horário mais tardio que o regular, após as 16h.
O dólar comercial foi negociado ontem por R$ 1,589, em um avanço de 0,82% nas últimas operações de ontem. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,598 e R$ 1,584.
O dólar turismo, por sua vez, foi vendido por R$ 1,710 e comprado por R$ 1,590 nas casas de câmbio paulistas.
Alguns operadores de câmbio apontam a responsabilidade do Banco Central, que "enxugando" dia a dia o fluxo de dólares, teria desequilibrado a ponta da oferta. Com o aumento recente da demanda, por conta de operações para remessas de divisas, a taxa teria todos os motivos para subir.
Uma outra parcela dos analistas já nota uma redução do fluxo de divisas para o mercado brasileiro, após um quadrimestre bastante forte, que bateu inclusive o ingresso total calculado para 2010.
As duas percepções devem ser postas à prova hoje, quando o Banco Central atualiza os números do fluxo cambial - a diferença entre a saída e a entrada de dólares por meio de operações financeiras e comerciais.
Mais uma vez, predominou a divergência de visões entre o mercado - que teme o trajetória da inflação e pede um ajuste mais duro dos juros- e o governo, que enxerga o ritmo de alta dos preços sob controle e enfatiza um ajuste mais moderado dos juros, casado com mais "medidas macroprudenciais". "Posso garantir que a inflação permanecerá dentro dos parâmetros. Pode bater no teto da meta, mas acredito que não", disse ontem o ministro Guido Mantega (Fazenda), apontando que o corte dos gastos públicos vai permitir um aumento menor dos juros para combater a inflação. Sob expectativa da publicação do IPCA na sexta-feira, o mercado não está tão tranquilo, e teme o que o governo pode fazer.
"Esse tipo de incerteza é pior do que notícia ruim", ressalta Luiz Gustavo Medina, economista da M2 Investimentos.
Esse especialista nota que essas dúvidas têm prejudicado inclusive os papéis de setor bancário, que tem entregue lucros históricos balanços após balanço.
"Ninguém sabe o que o Mantega pode fazer [no caso do crédito]. Todo vez que ele fala que não será necessário subir tanto os juros, desperta esse tipo de temor", acrescenta. O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 1,75% no fechamento, aos 64.318 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, ficou praticamente estável. O índice mais abrangente S&P500 caiu 0,33%.
A cotação da moeda americana teve a sua mais forte alta num só dia desde o início de janeiro, num mercado premido tanto pela maior aversão ao risco, quanto pelo estreitamento do volume de negócios visto nas últimas semanas. O Banco Central comprou dólares por duas vezes - a primeira, em seu horário habitual (por volta das 12h, hora de Brasília) e a segunda, num horário mais tardio que o regular, após as 16h.
O dólar comercial foi negociado ontem por R$ 1,589, em um avanço de 0,82% nas últimas operações de ontem. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,598 e R$ 1,584.
O dólar turismo, por sua vez, foi vendido por R$ 1,710 e comprado por R$ 1,590 nas casas de câmbio paulistas.
Alguns operadores de câmbio apontam a responsabilidade do Banco Central, que "enxugando" dia a dia o fluxo de dólares, teria desequilibrado a ponta da oferta. Com o aumento recente da demanda, por conta de operações para remessas de divisas, a taxa teria todos os motivos para subir.
Uma outra parcela dos analistas já nota uma redução do fluxo de divisas para o mercado brasileiro, após um quadrimestre bastante forte, que bateu inclusive o ingresso total calculado para 2010.
As duas percepções devem ser postas à prova hoje, quando o Banco Central atualiza os números do fluxo cambial - a diferença entre a saída e a entrada de dólares por meio de operações financeiras e comerciais.
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