sexta-feira, 1 de abril de 2011

Enfermeira omitiu informação sobre morte de jovens em Cunha por medo, diz advogado

SÃO PAULO - O advogado da enfermeira suspeita de envolvimento na morte de Josely Laurentina Oliveira, de 16 anos, e Juliana Vania Oliveira, de 15 anos, disse que sua cliente não contou à polícia que sabia que as irmãs estavam mortas por medo do principal acusado, Ananias dos Santos, de 27 anos. Segundo o advogado Fábio Fernando Caetano de Araújo, a enfermeira Maria José não tinha ciúmes das vítimas e de Ananias, e não cometeu o crime.
De acordo com o advogado, Maria José não sabe se Ananias matou as jovens. Araújo informou que na noite de quarta-feira (mesmo dia em que as irmãs sumiram), Ananias dormiu na casa de Maria José, para lhe fazer companhia, já que eram amigos e ela era uma senhora morando sozinha num sítio. Neste dia, Ananias não teria contado nada a Maria José. Segundo Fábio Araújo, na quinta-feira, Ananias saiu para ajudar a procurar Josely e Juliana e não voltou mais para a casa de Maria José.
Na noite de quinta, Ananias teria telefonado para Maria José e disse que, ao fugir da polícia, viu os corpos no meio do mato. Mas, de acordo com a polícia, Maria fingiu não saber que as meninas estavam mortas, e só contou sobre o telefonema de Ananias para os policiais depois que os corpos foram encontrados.
- Ela omitiu a informação por medo, porque Ananias estava sumido. Maria não sabe se é ele (o autor dos crimes), se ele pode fazer alguma coisa contra ela. Ela mora sozinha na roça. Ele nunca foi violento com ela. Ela teve medo do que podia acontecer, de a população se voltar contra ela. Ela não ia conseguir a proteção da polícia - disse o advogado.
Fábio Araújo disse que sua cliente é inocente e que ela não sabia que Ananias era considerado foragido da Justiça por não ter retornado ao presídio de Tremembé, onde cumpria pena de roubo.
- Ela não tem nenhum envolvimento com a morte. Pediram a prisão dela só porque ela omitiu a informação sobre a morte. Ela é primária, e tem bons antecedentes - disse o advogado.
Segundo Fábio Araújo, Maria José, de 49 anos, conheceu o acusado quando Ananias e o pai dele passaram a prestar serviço na roça do pequeno sítio da enfermeira.
- Surgiu uma amizade entre eles. Eles ficaram juntos algumas vezes, eram "ficantes", mas ela achou que não ia dar certo por causa da diferença de idade, e eles chegaram a um consenso que não dava para continuar. Eles terminaram o relacionamento, mas continuaram amigos - disse o advogado.
De acordo com o advogado, Maria José não tinha ciúmes de Ananias e era amiga das vítimas.
- Ela não tinha ciúmes, porque não tinha mais um relacionamento amoroso com ele, já haviam terminado há cinco meses. Ela era amiga das meninas, elas frequentavam a casa dela e a Maria frequentava a casa das meninas - disse.
O advogado Fábio Araújo afirmou que a perícia feita no carro de Maria José não constatou nada que ligasse ela ao crime, como marcas de sangue ou de barro nos pneus. De acordo com ele, nesta terça-feira, Ananias telefonou novamente para Maria José e a polícia presenciou a ligação. No entanto, Fábio Araújo disse desconhecer o teor da conversa.
Por orientação de Araújo, Maria José não retornou para casa, e está numa cidade próxima, com o acompanhamento de psicólogos, pois está abalada psicologicamente. O advogado afirmou que sua cliente tem colaborado com a polícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário