BRASÍLIA
O ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que as duas usinas nucleares brasileiras passarão por rigoroso teste de segurança a ser realizado por técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear e da Eletronuclear. "No momento, vamos fazer uma avaliação, assim como os outros países também farão. O objetivo é testar a nossa segurança", disse Lobão. Segundo ele, esse processo não paralisará as obras para a construção da usina de Angra 3.
Questionado sobre a continuidade do programa nuclear brasileiro e os planos de construção de quatro usinas até 2030, Lobão afirmou apenas que, no momento, os testes têm prioridade. O ministro também disse que não haverá mudanças para os produtores de urânio no País. Segundo ele, o governo continuará garantindo a produção.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que possíveis mudanças no programa nuclear brasileiro dependem da definição de "novos protocolos internacionais de segurança". Ele também defendeu investimentos em outras fontes de energia.
"Felizmente, somos um país que tem alternativas. Acompanhamos com atenção o que ocorre no Japão, que, certamente, provocará debates sobre o futuro da energia nuclear. Novos protocolos surgirão e o Brasil exigirá todo o rigor do ponto de vista de segurança", disse Mercadante.
Embora tenha dito que a energia nuclear sempre oferece riscos, Mercadante garantiu que Angra 1 e 2 "têm margem de segurança importante". O ministro explicou que, ao contrário do sistema japonês, o reator de Angra tem refrigeração independente e uma "blindagem do prédio de contenção mais robusta do que os japoneses".
"É inacreditável ter tanta segurança para construir uma usina e não ter na montagem dos geradores", criticou o ministro, referindo-se à usina de Fukushima.O Diário
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