Por Taiga Uranaka and Ki Joon Kwon
Reuters
FUKUSHIMA, Japão - Engenheiros japoneses se empenhavam nesta terça-feira, 15/03 (horário local) em evitar o colapso em uma usina nuclear, enquanto equipes de resgate tentavam ajudar milhões de pessoas que ficaram sem comida, água ou aquecimento por causa do terremoto e do tsunami de sexta-feira no nordeste do país. Uma segunda explosão abalou o complexo nuclear de Fukushima na segunda-feira, e a rápida redução no nível da água expôs barras de combustível nuclear em outro reator, mas a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse ser improvável um acidente na mesma escala do de Chernobyl. Equipes de resgate procuram sobreviventes nas áreas costeiras atingidas pelo tsunami, ao norte de Tóquio. As autoridades estimam que pelo menos 10 mil pessoas tenham morrido por causa do tremor de magnitude 8,9 e do tsunami que aconteceu depois.
"É um cenário infernal, absolutamente aterrorizante", disse Patrick Fuller, da Federação Internacional da Cruz Vermelha em Otsuchi, cidade costeira no nordeste japonês.
O primeiro-ministro, Naoto Kan, disse que o Japão atravessa sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial. Os prejuízos são estimados em até 180 bilhões de dólares, e analistas avaliam que a economia japonesa, terceira maior do mundo, poderá voltar à recessão. As ações de empresas japonesas fecharam em queda superior a 7,5 por cento, eliminando do mercado uma capitalização de 287 bilhões de dólares, na maior queda desde o auge da crise financeira de 2008. As ações das seguradoras tiveram queda pelo segundo dia consecutivo nas bolsas de Londres e Nova York.
No complexo de Fukushima, 240 quilômetros ao norte de Tóquio, o maior temor é de que haja um grande vazamento de radiação. Dois dos reatores da usina tiveram explosões no sábado e na segunda-feira, deixando uma nuvem de fumaça na região.
Esse acidente nuclear, o pior no mundo desde o de 1986 em Chernobyl (Ucrânia), reavivou em muitos países a discussão sobre a segurança da energia atômica. Críticos dizem que o governo japonês estava despreparado para a situação.
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